sexta-feira, 19 de março de 2010

Dia 14 - Cusco - 0km

Tirei o dia pra passear em Cusco hoje. Acordei as 6, tomei um cafezão e às 7 já estava na rua. Minha idéia era percorrer as ruas e as igrejas da cidade o que desse até lá pelas 10 da manhã e depois voltar no hotel e pegar a moto pra ir até o vale sagrado.

Andar pelas ladeiras de cusco é lega, os cenários que o cara vê são legais demais, só que pra quem mora ao nível do mar como eu ficar aqui subindo ladeira a 3500m acima do nivel do mar é uma experiência doida. Fui ultrapassado por velinhas e crianças várias vezes. Várias vezes tive que parar pra tomar ar. Não passei mal nem nada, mas falta pulmão.

Ontem a noite eu retirei toda a bagagem da moto, até mesmo pra poder dar uma olhada melhor no estado dela, inspecionar, ver se tem algo em ponto de quebra, afinal, me prevenir contra qualquer surpresa. Hoje pela manha saí com ela sem bagagem. Que maravilha, parece uma bicicleta de tão fácil que fica de manobrar e desviar da buraqueira que estão as ruas asfaltadas de cusco, sim, porque as de pedra estão inteiras.

Apontei o GPS pra Pisac, a porta de entrada do vale sagrado. A saída de cusco pra lá já impressiona pela vista, primeiramente tem-se uma visão da cidade de cusco vista de cima, muito legal. Depois aos poucos a cidade some e o verde toma conta. Montanhas e vales coloridos e salpicados de lavouras de milho, trigo, batata doce, flores. Muito legal. Minha idéia era entrar em Pisac e ir até Ollantaytambo, que é a ultima cidade onde a estrada chega antes de machu pichu, depois vai-se de trem até Aguas calientes e então sobe pra machu pichu. Bom, vim sabendo que machupichu estaria fechada, então não houve frustração nesse sentido. O vale sagrado já dá um belo passeio, pena que não fiz...hehehe

Ao terminar de descer uma senhora ladeira chego em pisac e dou de cara com a ponte que atravessa o rio urubamba em obras por conta das chuvas. Falando em chuvas, os aprox 30 km entre cusco e pisac estão com vários trechos emmeia pista, barreias caídas e pedras monumentais sobre a pista. o estrago foi feio mesmo. Tem trechos em que a terra que cobriu a pista foi tanta que ainda não deram conta de tirar tudo, mais de 2 meses depois. Mas chegeui lá. Como não dava pra passarme informei e disseram que sim, estavam fazendo visitas ao vale sagrado, por uma estrada de terra de uns 17 km até chegar a Lacay, onde aí se atravessaria para ir a calca e ollantaytambo. Entrei nessa estrada, terrível, buraqueira do cão e muito barro, pois havia chovido a noite. Na vinda o tempo já estava virando, nas montanhas em direção ao vale sagrado já dava pra ver que começava a chover. O tempo aqui vira muito rápido. Decidi voltar, nesta altura do campeonato, com tudo o que já vi e conheci não vou arriscar a viagem por alguns pontos turísticos. Além disso eu não estava afim de voltar imundo pro hotel e ter que perder o resto do dia lavando e secando roupa em cusco. Voltei, tirei mais umas fotos. Há também outras ruinas para se ver aqui por perto, algumas consegui avistar da estrada mesmo. O pepino é que aqui eles cobram 130 soles para ver todos os monumentos, validos por 10 dias, ou 70 soles para um dia. Eu não iria torrar 25 dólares pra ver uma ruína, sendo que já sei que se quiser ver machu pichu, terei que voltar, posso fazer tudo nesta próxima vez, que não sei quando será.


Aproveitei e troquei o óleo da moto, pela segunda vez na viagem. No hotel dei uma limpada de primeira na corrente, que até agora, não precisou ser esticada, está ótima. Aliás, a falcon me surpreendeu, eu sabia que a moto perderia rendimento e tal. Mas a 4600m de altitudo consegui manter 110km/h com ela. É claro que ela demora pra chegar, mas mantém. Não pra pra andar a 80, porque aí sim ela perde força e tem que andar em quarta marcha. Ela detona muito em reduzidas e engasga se acelerar de vez, mas no geral tá indo muito bem. Tudo que fiz foi tirar o snorkel do filtro de ar, nada mais. O que tá pegando é o consumo, eu não to fazendo conta pq aqui vende em galões e prefiro gastar meu tempo com outras coisas, mas acredito que acima dos 3000m ela tá fazendo perto de 15km/l. Pra este tipo de aventura tem que ser com injeção eletronica, não tem jeito.

Aproveitei que também tinha visto boa parte da cidade de manha e dei um cochilo a tarde, eu tava precisando e merecendo. Agora a noite é o de praxe, sair pra jantar, tomar uma e voltar pra dormir.

Amanha é Nazca. Já me informei com bastante gente e me disseram que a estrada está em condições de ir. Até um brasileiro que achei aqui me disse que veio de lá de onibus tem uns dois dias. O que sei é que a estrada é muito sinuosa e com muitas subidas e descidas de serras, então amanha no máximo as 6 da manha eu to na estrada, afinal são 650km. A idéia lá é sobrevoar as linhas de nazca e então sigo pra Arequipa, depois Arica, San pedro de atacama, salta, já na argentina, e por aí vai, até chegar em casa. Estimo minha chegada em casa lá pelo dia 30/31 de março.

No mais é isso, depois tem fotos.

2 comentários:

  1. Tio Frei, tá show essa viagem... que inveja... heheheh

    Cara, é muito sangue frio tirar foto da moto no chão...

    Continue mandando as fotos e os relatos que tá show!!! Parabéns!

    rodrigofs

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  2. Dae Mano veio, Beleza? Ontem tava vendo um programa no History Channel da Discovery sobre Nazca. Achei que tivesse passado por lá, agora que vi que ainda vai ir pra lá, e ainda sobrevoar.
    Espero que tenha mais uma experiência completa.
    Grande abraço, até a páscoa.

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