sexta-feira, 26 de março de 2010

Dia 18 - arica a san pedro de atacama - 730km

De arica para san pedro de atacama a história se repete.

730km de deserto. Na vinda eu tomei um susto com combustível entre iquique e arica, agora faria o percurso ao contrário, e sabia que provavelmente não daria. Desta vez fui mais esperto. Neste percurso há umas 4 descidas e subidas de vales. Uma delas sozinha tem uns 45 a 50 km. O que fiz, nas descidas eu mal encostava no acelerador indo a 90, nas subidas o mesmo. No plano não passei de 100. deste modo eu tinha percorrido os quase completamente os mais de 300km entre as duas cidades e quando faltavam 15 km para entrar na ruta 16 que leva da ruta 5 até iquique eu resolvo parar em HUARA e perguntar se alguém vende benzina, sim, havia um sr. Me indicaram o caminho e lá fui eu. Fica praticamente na frente da igureja de Huara, um ferro velho. O cara me meteu a faca, 700 pesos o litro. Mas pedi pra por 12 litros. O tanque não encheu, eu já estava no cheiro. Mas nessa manobra eu escapei de ter que entrar em direção a iquique e andar 35km até alto hospicio e depois voltar os mesmos 35, ou seja, economizei 70km, quase uma hora de viagem.

Aqui vai outra dica, se não quiser entrar em iquique, exatamente 5km depois que passa da entrada da ruta 16 há um posto em Pozo Mont. Com gasolina boa e a preço normal. Eu não sei se com o que eu tinha antes teria chego ali. Mas sei que se eu tivesse feito os 70km e depois dado de cara com aquele posto teria me matado. Aproveitei e mandei completar, entraram 3 litros, ou seja, eu antes estava no cheiro mesmo.

Depois disso eu havia me proposto a só parar em quillagua para abastecer novamente. Só que quillagua é uma vila de 3 habitantes (tá bom, uns 300) e não há postos. Entrei, procurei, me indicaram o cara que vendia, fui lá e o infeliz estava viajando. Ou seja eu teria que entrar na minha reserva - coisa que não queria fazer, pois teria que desmontar meia bagagem. Continuei perguntando e me mandaram ir num restaurante logo depois da aduana de antofagasta, e nos fundos tinha um tio que tinha gasolina, mas o FDP me meteu a faca, pediu 1000 pesos o litro, no posto custa 600 pesos o litro. Corno, pensei. Mas pelo nível da agulha eu chutava que tinha uns 4 litros, pedi pro cara por só 5 litros e com isso eu sabia que chegaria a Maria helena, outra vila, mas lá havia postos. Deu certo, o pepino é que tem que andar uns 15km a mais depois da entrada para Calama, que é o caminho certo. mas fiz isso e não me arrependi.

Depois subi para Calama e a estrada aqui é uma reta sem fim que vai subindo. O nível médio do atacama na ruta 5 neste trecho é 1100 a 1200 metros, que é onde fica maria helena. O retão é uma subida muito suave, se modo que mal se nota a subida, só notei quando a moto começou a falhar um pouco e fui olhar no GPS e estava acima dos 3000. Subi 1800 sem notar que havia subido, exceto pela temperatura. Vale citar que em Chuquicamata, uns kms antes de Calama também há posto, e em Calama há vários. O pepino é entre arica e iquique e iquique e maria helena.

Uma coisa que me pegou nesse dia foi o clima. Saí de arica a 18 graus, quando cheguei na aduana de antofagasta uns 2 km antes de quillagua estavam 37 graus. Estava terrível pra antar, o vento estava quente. A vantagem é que como é muito seco, se vc achar uma sobra a temperatura cai uns 10 graus. O pepino é achar sombra.

A chegada em SPA impressiona pela vista, é muito bonito mesmo. A cidade em si não tem nada demais. Uma vila de 2000 habitantes no meio do deserto, na realidade na divisa entre o altiplano e o deserto. A topografia e a paisagem do lugar são de outro mundo, vulcões, lagos secos de sal, alguns oásis. As cores impressionam.

Aqui em SPA foi onde achei a melhor internet da viagem, só que não no hotel. Há muitos restaurantes para todos os gostos, muitas agências de turismo, muitos hoteis e hostels. A maioria das pessoas que se vê na rua são europeus, em grande parte alemães. Deste modo, pode-se imaginar que a cidade é cara. Sim, é muito cara, segundo quem vive aqui é mais caro alugar uma casinha de barro com quarto, cozinha, sala e banheiro do que é em santiago, algo como 400 mil pesos, ou 800 dólares por mes. Para morar no meio do nada.

Depois de atravessar o atacama de sul a norte e de oeste a leste, eu sou o rei do deserto, olha eu aí no meu trono.

2 comentários:

  1. Caro Jeferson,

    Quero deixar meu forte abraço e parabenizar pela aventura do diário de motocicleta, só não vira um guerrilheiro como o Guevara. Realmente é uma experência inspiradora e as fotos ficaram muito boas. Uma longa aventura destas, sozinho, da pra repassar a vida umas 5 vezes pelo menos. Se um dia eu tiver coragem e capacidade física, quem sabe fazemos uma aventura por aí.

    Paulo

    ResponderExcluir
  2. OLá.... estou adorando as informações... de muito utilidade, já que estou pensando em fazer uma viagem parecida. Parabéns! e que venham outras viagens

    ResponderExcluir