sexta-feira, 12 de março de 2010

Dia 5 - De Córdoba até mendoza, 694km.

Pois é. Mais um dia.

Antes de começar o relato do dia 10, vai uma passagem do dia 9.
A gente passa vergonha de burro mesmo. Fui na farmácia, queria achar hipoglós, e passei um tempo descrevendo pro cara que eu queria uma pomada pra passar na bunda do bebê quando está assada e tal, só faltou eu mostrar minha bunda pra ele ver o estado. Quando achei que não tinha mais salvação ele disse que achava que sabia o que eu queria, me levou até a prateleira (ou seja, eu poderia ter achado por conta, sem passar vergonha) e me entregou um tubo de, vejam, hipoglós. Lição: peça o que quer pelo nome que conhece, de repente existe.

Meu terceiro dia de férias, meu quinto dia de viagem.

Quando estava arrumando a moto pra sair veio um povo falar comigo, brasileiros, queriam saber onde iria, de onde era e tal, me contar da viagem deles. conversa vai, conversa vem, pergunto de onde são. De Lajeado, conterrâneos!!! Mundo pequeno.

Hoje saí de Córdoba perto das 9 da manha, eram 8 e pouquinho quando saí do hotel, mas me enrolei no centro da cidade por uma cagada que fiz. Ontem passeando no centro da cidade me perdi, armei o GPS pro modo pedestre pra conseguir voltar pro hotel (a maquininha é boa, mas a gente não é mais obrigado a passar vergonha pedindo informação...a vida fica muito impessoal...ehehe) e não retornei pro modo automóvel, ou seja, quando botei o cara pra calcular a rota ele entendeu que eu queria ir a pé pra Mendoza, aí ficava me mandando entrar em contra-mão e tudo mais que podem imaginar, até eu me tocar disso já tinha perdido uma meia hora. Saí de Cordoba meio desconficado do GPS, mas fui na dele, e deu certo. Depois de uns 50 km começa uma estradinha sinuosa no meio de uma cadeia de montanhas que tem ao lado de córdoba, epa, pra quem tava reclamando que não tinha curvas na viagem, havia começado a diversão. Estradinha linda, parecia que eu estava no interior de SC, Subida e mais subidas, muitas curvas fechadas, de todos os raios e formas imagináveis. Até pilotei numa só mão pra fazer um filme, por uns 5 min, quando parei não tinha gravado nada, fiquei puto da cara e resolvi não voltar.
Foi guardar a câmera e voltar pra moto o tempo que já não estava limpo fechou de vez e entrei numa neblina do cão, não dava pra ver 30 metros pra frente da moto. Ainda por cima podem imaginar que eu fiquei encharcado. A temperatura que no início da serra beirava os 22 graus, caiu pra 16, com água. Curvas pra se fazer a 60 no modo jaspion eu vinha fazendo a 20 no modo vovozinha. Eu nem sabia em que altitude estava, resolvi olhar e eram 1560 metros...heheh eu chutava uns 500.
E dê-lhe subida, chegando nos 1800 o tempo abriu, quando vi a paisagem fiquei alucinado, tinha saído de um cerrado e entrado no meio de montanhas rochosas. Lindíssimo o lugar. Valeu cada km de reta na planície argentina. E fui subindo, e subindo até que passei os 2300. Até hoje foi o ponto mais alto que eu já estive, na vida, sei que logo vou passar. Depois de um tempo começa a descida, com direito a ver as vilas e cidades que tem abaixo da serra. Esse lugar deveria ser do lado de Joinville, pra eu poder ir todo fim de semana.

Chegando lá embaixo parei em Nono pra almoçar, e claro que comi um matambre a la pizza com tomates, alface e batatas fritas. Fiquei um tempo conversando com uns tios que chegaram num Bora e queriam saber pra onde eu ia. O almoço estava bom demais, pagei algo em torno de 25 reais. Definitivamente na argentina se come muito bem e muito barato.

Faltando uns 80km pra San luis passei por um kangoo com uns 6 caras dentro, depois de uns 20 km os caras deram um pau na subida e me passaram a uns 130 por hora, abanando e buzinando, retribuí. Quando terminaram de passar e entraram na minha frente veio um jorro de água do carro, que eu não vi se tinha sido de baixo, de cima, mas me pareceu quente. Bando de cães imundos, pensei. Uns km pra frente noto o carro deles fumaceando, acelerei e passei buzinando fazendo sinal de degola com a mão, acho que pensaram que eu queria matá-los, heheh não pararam, mas não deu 500m e o carro arriou, eu parei junto, eles saltaram, e o motorista já foi abrindo motor, tirando filtro e o diabo. Eu disse, olha, vi água saindo do carro, o cara não me ouviu. Emprestei minhas ferramentas pra ele mexer no carro. Quando ele saiu de perto do motor pra ligar pra alguém eu pergutei pra um segundo lá, posso olhar? Sí. Perguntei onde estava a água do radiador, ele foi me mostrar e estava vazia, achei no olho a primeira mangueira que saia do radiador e peguei com a mão, estourada, chamei o cara e mostrei. Depois disso fui embora, já havia chamado o mecânico.

A chegada em San Luis é muito bonita, entre as montanhas. De San Luis a mendoza é uma reta só. Saí de SL com o odometro em 18 mil cravado, a primeira curvinha foi em 18054, a segunda em 18065, depois só com 18111. Triste com uma moto que o certo é manter 110.

A chegada em Mendoza como em qquer cidade argentina tem pobreza, nos 90km que a antecedem já se ve pomares e vinhedos. Em alguns lugares se sente o cheiro das frutas.

Achei o hotel, coisa e tal. Fui pra rua passear. To impressionado com a noite mendoncina. É incrível a quantidade de restaurantes e bares. A cidade é bonita, bem organizada e bem arborizada. Adorável, lugar para se ficar uma semana. Claro que eu comi um matambre (só que de veado desta vez, eu disse veado, e não viado) com direito a um autêntico Malbec mendoncino. Depois foi um helado de dulce de leche(esquina da sarmiento com a belgrano, podem conferir).

Amanha é dia de trocar o óleo da moto e aproveitar pra conhecer a cidade durante o dia.

Abraços

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